domingo, 9 de fevereiro de 2020

No jogo do luto, Fla vence Madureira e conquista vaga

Time entra em campo em meio a homenagens aos meninos e se garante nas semifinais da Taça Guanabara

ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
Dia de memória.
Foi uma noite de memória no Maracanã. No primeiro aniversário ano do trágico incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, em que dez jovens da base morreram, o Maracanã parecia mais preto que vermelho, pelo luto que se manifestava nas arquibancadas e no campo.
Mais de 64 mil pessoas ficaram em silêncio do minuto inicial até os 10 do primeiro tempo. Explodir em alegria, só aos 15 e 47 do segundo, quando Gabigol e Pedro fizeram os gols do 2 a 0 sobre o Madureira, que puseram o time na semifinal da Taça Guanabara. O jogo e a vaga ficaram em segundo plano antes de a bola rolar. Bandeiras com fotos dos dez atletas foram hasteadas na arquibancada. Nesse momento, a torcida escalou um a um pelo nome, gesto que se repetiu no intervalo. O Flamengo aproveitou a pausa para exibir um vídeo no telão do estádio com imagens dos jovens que se foram. Na comemoração do gol, o atacante Gabriel, que vestia camisa com o no
Gols: 2º tempo: Gabigol, aos 15 minutos, Pedro, aos 47 minutos. Juiz: João Batista de Arruda. Cartões amarelos: Bruno Henrique e Jorge Jesus. Público: 60.054 pagantes. Renda: R$ 1.555.172. Estádio: Maracanã.
me de Athila Paixão, juntou as mãos em oração. Os jogadores já haviam entrado com camisas com a inscrição “Nossos10” e uma faixa com a frase “Para sempre por vocês”. Na arquibancada, também houve manifestações por celeridade no pagamento das indenizações. Antes mesmo da partida começar, a chegada ao Maracanã ficou marcada por homenagens também do lado de fora. Muros do estádio foram grafitados com fotos dos dez atletas mortos. Feridos no incêndio, Francisco Dyogo, Cauan Emanuel e Jhonata Ventura participaram das homenagens em campo. Além deles, outros jovens sobreviventes compareceram ao Maracanã. Nenhuma das famílias das vítimas, por outro lado, esteve presente. Elas não foram convidadas pelo clube, que confirmou a medida. Se o tratamento da diretoria
foi questionado, no Maracanã a torcida esteve irrepreensível. Diferentemente da equipe do Flamengo. A atuação foi abaixo em relação à estreia diante do Resende. O técnico Jorge Jesus promoveu uma espécie de rodízio entre os titulares, voltou com Gerson na vaga de Diego, e tirou Filipe Luis para colocar Renê. Na zaga, Léo Pereira estreou ao lado de Gustavo Henrique. Enquanto a defesa ainda
se ajustava, o ataque demorou a funcionar. Apenas no segundo tempo, depois de apertar um pouco mais, Gabigol aproveitou sobra e colocou o Flamengo na frente. A esta altura, Michael já estava em campo, e conseguiu abrir mais espaços no lugar de Éverton Ribeiro. Diego e Pedro jogaram alguns minutos, e o centroavante ampliou para o Flamengo, marcando seu segundo gol após oito minutos em campo.
> Parentes de Christian Esmério e Jorge Eduardo, dois dos dez atletas que morreram, foram barrados na entrada do CT quando tentavam fazer orações e prestar homenagens. Apenas os pais de Pablo Henrique, que haviam combinado previamente a entrada na véspera, foram autorizados.
> O CEO Reinaldo Belotti estava em uma missa ao lado do presidente Rodolfo Landim na Igreja de São Judas Tadeu, no Cosme Velho, tradicional reduto eligioso rubro-negro.
> O Flamengo alega havia solicitado às famílias que chegassem
> O meia Diego visitou parentes das vítimas em um hotel no Rio. Outros atletas do elenco fizeram postagens nas redes sociais.
> O Ninho, a Gávea, o Maracanã, o Ministério Público e a Polícia Civil amanheceram com varais em que havia dez camisas identificadas com os nomes dos meninos. A ação foi organizada pelo grupo Flamengo da Gente.

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