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quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Brasil aprova o uso de Wegovy para sobrepeso e obesidade infantil
Anvisa aprovou o Wegovy, medicamento da Novo Nordisk à base do princípio ativo semaglutida (em 2,4 mg), para o tratamento de sobrepeso e obesidade de crianças e adolescentes a partir de 12 anos. O remédio já tinha o uso aprovado para adultos desde janeiro. A semaglutida age como se fosse o GLP-1, hormônio que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade.
A nova indicação foi baseada no estudo ‘Step Teens’, que demonstrou redução de 16,1% no índice de massa corporal (IMC) em adolescentes obesos que tomaram o remédio. Para o estudo, 201 entre 12 e 18 anos receberam Wegovy ou placebo uma vez por semana, por 68
semanas. Ao mesmo tempo, passaram por mudanças no estilo de vida, para comparar eficácia, segurança e tolerabilidade ao medicamento.
Enquanto os que receberam medicação tiveram redução de 16,1% no IMC, quem tomou placebo só teve redução de 0,6%. Além do IMC,
foram percebidas reduções no peso corporal e melhora em relação a fatores de risco cardiometabólicos. Por outro lado, houve incidência
maior de eventos adversos gastrointestinais (principalmente náuseas, vômitos e diarreia) no grupo com semaglutida, em relação ao do
placebo (de 62% para 42%). “De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2023, o Brasil terá 7,7 milhões de crianças com obesidade até
2030” , declarou a Novo Nordisk em nota sobre a aprovação.
O médico Matheus Alves Alvares, coordenador do Departamento de Endocrinologia Pediátrica do Sabará Hospital Infantil (SP), concorda.
“A gente vê a obesidade aumentando exponencialmente em todas as faixas etárias, desde as crianças até os adultos. Por isso, encaro essa
notícia como algo positivo”, diz. Apesar de mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e prática de exercícios, serem essenciais,
diz Alvares, a novidade pode ajudar adolescentes que, mesmo seguindo hábitos saudáveis, não se mantêm no peso adequado.
Nas redes sociais, a coordenadora do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso),
Livia Lugarinho, citou o preconceito de muitos diante da decisão da Anvisa. “Duvido que teriam a mesma reação se fosse remédio para
reduzir glicemia de um jovem com diabete. Obesidade é igualmente uma doença crônica preocupante.”
A previsão é de que o remédio chegue às farmácias do País em 2024. Seu preço máximo, diz a Câmara de Regulação do
Mercado de Medicamentos (CMED), será de R$ 2.484, nas doses mais altas, a depender do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) de cada Estado. Em São Paulo, essa versão pode custar até R$ 2.383,43. A compra dependerá de prescrição médica, além
de o paciente se comprometer a aderir a comportamentos saudáveis. A aplicação subcutânea ocorre uma vez por semana. •
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