terça-feira, 2 de abril de 2024

Mães de crianças e jovens com autismo cobram cumprimento de liminares por planos de saúde

Dezenas de mães se uniram nesta terça-feira (2) para cobrar o direito à saúde de filhos atípicos. Elas iniciaram o dia mundial da conscientização do autismo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde pediram a instauração de uma CPI para investigar o cancelamento de tratamento de crianças e jovens com autismo por planos de saúde. Em seguida, as responsáveis caminharam até o Tribunal de Justiça do Rio. O presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da Alerj, deputado estadual Fred Pacheco (PMN), participou da reunião com magistradas da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (COMAI) e apresentou os dados de 184 processos em que famílias lutam para conseguir o tratamento pelo plano. "A comissão consolidou os dados em uma planilha e organizou toda a demanda. A grande maioria não obteve resposta, outras mães tiveram o trânsito em julgado, ganharam as ações, mas a decisão não está sendo cumprida pelo plano. O Tribunal ficou de nos dar um retorno até sexta-feira", afirmou Pacheco. A principal reivindicação das mães que protestaram em frente ao Tribunal de Justiça é de que os planos não cancelem os tratamentos e que cumpram as decisões liminares obtidas pelas famílias. Com faixas, elas vestiam camisas pretas com a inscrição "Saúde é Direito, não é favor". Publicidade Érica Dias dos Santos é mãe de uma criança atípica que só conseguiu tratamento através de uma ação na Justiça. "As nossas crianças já receberam cartas de suspensão do atendimento porque a clínica não tem mais condições de arcar com as terapias porque os planos não estão repassando os valores", explicou Érica, cuja filha é atendida em uma clínica em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Já Monica Lima, reorganizou a rotina de cuidado com o filho de oito anos para participar do dia de reivindicações. Ela também participará de uma caminhada no próximo domingo (7) na Praia de Copacabana, na Zona Sul, cuja pauta é a mesma: garantir o tratamento de crianças e jovens com autismo pelos planos de saúde. "Eu levei quatro anos de terapia para que meu filho começasse a falar. Sob sol e chuva, muitas vezes sem dinheiro para passagem, eu ia à pé para a terapia. Do nada, a gente vai jogar todos esses anos de luta para conseguir alguma evolução fora, porque a partir do momento que eles param a terapia, eles regridem", alertou Monica. Publicidade Luciana Reis, é moradora da Penha, na Zona Norte do Rio, e está vivenciando o mesmo problema de Monica. Seu neto teve o tratamento interrompido e as consequências já estão sendo sofridas. Ele está com dificuldades para se alimentar depois que parou as terapias.

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