terça-feira, 21 de maio de 2024

Tirullipa é condenado a pagar R$ 25 mil por baixar sunga de convidado em festa

Tirullipa foi sentenciado nesta terça-feira (21) ao pagamento de R$ 25 mil em indenização por danos morais à drag queen Halessia. A influenciadora acusa o humorista de despi-la na Farofa da GKay, em dezembro de 2022. O juiz Rodrigo Ramos, da 1ª Vara Cível do TJSP, condenou o humorista em primeira instância após constatação de "réu revel", o que significa que a defesa de Tirullipa não se manifestou dentro do prazo limite. Ainda cabe recurso da sentença. Halessia alega que teve a sunga puxada e o órgão genital exposto durante uma brincadeira da "banheira do Gugu" que ocorria na festa. A gincana consiste em colocar dois ou mais participantes em uma banheira de água turva e ganha quem for mais ágil em pegar o sabonete. Tirullipa, que estava comandando a atividade, puxou biquínis e sungas de vários participantes. Vídeos e fotos foram compartilhados aos montes em redes sociais na ocasião, até pelo próprio humorista. Após a repercussão negativa do caso, Tirullipa foi expulso da festa e se desculpou "pela brincadeira" nas redes sociais. "Ante à revelia, presume-se que o réu, de fato, abaixou a sunga do autor, sem o consentimento deste, durante a execução de uma brincadeira e enquanto o autor se encontrava imobilizado, fazendo exibir a genitália dele aos presentes no local e a um amplo público à distância, já que havia transmissão do evento por canais de televisão e plataformas de streaming", escreveu o juiz. A advogada de Halessia, Ágatha Nogueira, afirmou que considera o valor da indenização insatisfatório. O pedido inicial era de R$ 50 mil. "O objetivo da indenização por dano moral é que o réu entenda a gravidade do que fez, se conscientize e não volte a cometer o mesmos atos. Ele [Tirullipa] tem mais de seis empresas ativas, acabou de abrir um circo, R$ 25 mil para ele não é nada. Tem que ser um valor que repreenda o réu", afirmou a advogada. Ágatha e o sócio, o advogado André Furegate, tentaram ainda propor uma conversa com a defesa de Tirullipa para tentar um acordo, mas não houve interesse da parte contrária em conversar. Halessia ligou para sua advogada enquanto ainda estava na Farofa da GKay, momentos após o ocorrido, pedindo orientações sobre como proceder com o boletim de ocorrência. "Ele estava muito desestabilizado e nervoso", conta a advogada. "Além disso, a Farofa, ainda que seja uma festa, é para ele um espaço de networking com outros influenciadores e personalidades da internet", diz. Segundo ela, o fato de seu cliente ser uma drag queen traz ainda o agravante para a situação de ter seu corpo exposto sem consentimento. "Ele estava o tempo todo no evento como Halessia, então para além do constrangimento de ter sua sunga baixada, isso o expôs de várias outras maneiras", diz. Questionada se caberia ação penal por assédio, a defesa de Halessia afirma que a atitude de Tirullipa contra seu cliente "não ensejou o tipo penal". "E a gente sabe que na prática não teria resultado efetivo lutar por isso", diz. A advogada também afirma que acredita que a revelia da defesa foi uma estratégia para prorrogar a ação e deixar que o caso "caísse no esquecimento". "Eles pediram prorrogação do prazo várias vezes, dizendo que iam apresentar defesa e não apresentaram. Acredito que preferiram deixar a poeira baixar. No último ano nem teve Farofa da GKay, então não se falou mais nisso. Ele tem aparecido normalmente na TV para divulgar o circo dele. Ele ganhou esse tempo para mudar a imagem", diz.

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