Ministro apoia mudar planos de saúde para reduzir judicialização
Parecer sobre mudanças na área, incluindo liberar aumento para idosos, deve ser votado nesta semana na Câmara
O
ministro da Saúde, Ricardo Barros, defende as mudanças nas regras dos
planos de saúde, em discussão no Congresso. A proposta teve parecer
aprovado em comissão da Câmara e poderá ir à votação amanhã. O relator
do parecer é o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) e, dentre as mudanças
propostas, uma das mais polêmicas permite reajustar planos para quem tem
mais de 60 anos, proibido pelo Estatuto do Idoso, de 2004. Outra medida
polêmica, que desobrigava empresas a pagar cirurgias para corrigir
complicações provocadas por erro médico, foi retirada do texto.
“Como
o plano não pode aumentar depois dos 60, ele aumenta aos 59 com taxas
altíssimas. Isso expulsa o cidadão da cobertura”, disse Barros. Idosos
com mais de 60 anos que já tenham plano não seriam afetados pela
mudança, segundo ele. “A lei não retroage, a não ser para beneficiar.”
Barros declarou que “a regra atual não é boa” e leva à judicialização.
“Gostaríamos muito que houvesse solução para esse assunto, para as
multas judicializadas. Bilhões em multas que a ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) não recebe. O ressarcimento de quem tem plano e usa o
SUS e também está judicializado. São muitos bilhões também que não
conseguimos receber.”
Nova versão. Uma
medida polêmica que desagradava sobretudo às associações médicas foi
retirada. A versão inicial desobrigava empresas a pagar cirurgias para
corrigir complicações ou sequelas que comprovadamente tivessem sido
provocadas por erro médico – o que acabaria levando usuários a ingressar
com ações contra o profissional. A isenção foi retirada e a garantia de
cobertura da cirurgia para usuários, mantida.
Demais
pontos considerados por associações de direito do consumidor
prejudiciais aos usuários de planos, como a brecha de contratos de menor
cobertura (a segmentação) e regras que dificultam a incorporação de
técnicas e cirurgias mais modernas à lista de procedimentos obrigatórios
(o rol mínimo), continuam no texto.
Ontem,
o Ministério Público Federal enviou ofício a cada um dos 51 líderes
partidários da Câmara, solicitando que o projeto continue a ser
“debatido profundamente” na Casa. Segundo o órgão, é necessária a
participação da sociedade, do mercado, da academia, do Ministério
Público e dos órgãos de defesa do consumidor.
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