sábado, 14 de setembro de 2024

Devemos proibir nossos adolescentes de ver filmes impróprios para menores de 18 anos?

O primeiro passo é compreender que faz parte da infância e da adolescência ter curiosidade e fantasia. O filho (a) é uma pessoa, com um mundo interno que precisa ser reconhecido. A melhor estratégia para lidar com isso é o diálogo através de uma alfabetização digital para que se possa dar contorno e visão crítica ao que os jovens consomem. Quando o filme ou série se encontra dentro da faixa etária, mas os pais não gostam dele por diversos motivos, é preciso entender as razões que levam o adolescente a assistir esse conteúdo e contrapor as ideias, numa atmosfera franca, visando a ampliação dos pontos de vista. Proibir aquele conteúdo só porque os pais não gostam pode acabar tendo o efeito contrário ao desejado, tornando o adolescente reativo e fechado ao diálogo. Já quando o filme ou série tem cenas verdadeiramente inadequadas para o adolescente, como sequências de sexo explícito ou violência extrema, não há outra solução a não ser proibir o acesso a esse tipo de conteúdo. A exposição do adolescente à pornografia, por exemplo, distorce a percepção e influencia de modo errôneo o processo de aprendizagem através da própria experiência. Além disso, conteúdos de violência sexual podem provocar uma série de sentimentos negativos de difícil elaboração emocional, causando ansiedade, medo, culpa, entre outros”. Existe lei que obriga essa proibição, os cinemas são obrigados a obedecer e os pais podem ser responsabilizados por não seguirem essa determinação. Para garantir que o canal para o diálogo esteja aberto na adolescência, a melhor estratégia é conversar sobre o tempo de tela e os conteúdos dos desenhos durante a infância. Para a psicóloga Gabriela Luxo, doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), praticar a escuta ativa desde cedo é essencial para que o relacionamento com os filhos chegue fortalecido na adolescência. “Quanto mais velho, mais o jovem vai ganhando a capacidade de argumentar e isso deve ser estimulado desde cedo”, afirma Gabriela. “Não fique só impondo ou cobrando determinados comportamentos da criança ou do adolescente, procure conhecê-lo de verdade. Esteja aberto a ouvir sobre os jogos que ele gosta e seus desenhos favoritos. Planeje momentos em família em que vocês possam explorar isso juntos, seja indo ao cinema ou participando de alguma feira. Se isso não tiver bem consolidado na infância, é mais difícil corrigir na adolescência. Portanto, o ideal é começar o quanto antes”.

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