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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Defesa de família de vítima do incêndio no Ninho do Flamengo questiona pensão parcelada
Advogados dos pais do ex-goleiro Chistian Esmério, jovem garoto do Ninho morto no incêndio no CT do Flamengo em 2019, questionaram o clube e a decisão recente sobre o pedido de indenização.
Assim como o Flamengo, a defesa de Andréia de Oliveira e Cristiano Esmério entrou com embargo de declaração, em que pondera a negativa do pagamento de um valor único, não parcelado.
"Todavia, devido todo os acontecimentos, os embargantes entendem que, ficarem vinculados ao clube embargado, por mais de 25 anos, é o mesmo que reviver, mensalmente, o trágico incêndio do dia 08.02.2019. Hoje, tudo que os embargantes querem e esquecer o acidente e darem continuidade em suas vidas, todavia, entrar para a folha mensal de pagamento do clube embargado impossibilitará os mesmos de fecharem esta página triste das suas vidas, relembrando, mensalmente, o incêndio em uma verdadeira tortura mensal", alega a defesa.
O total, baseado na pensão já paga, chegaria a apenas 2,1 milhões para os familiares, mas o que foi aprovado foi o parcelamento em 25 anos de uma quantia, reajustada, de R$ 7 mil por mês. Vale lembrar que atualmente o Flamengo paga R$ 5 mil por mês a pai e mãe de Christian. A defesa cobra ainda o pagamento de valores retroativos.
"Soma-se, ainda, o fato de que o valor da pensão em parcela única não corresponder nem há 0,1% do que o clube réu arrecada com bilheteria em um clássico ou em um jogo de maior expressão, razão pela qual não fará falta ao orçamento do mesmo e nem irá atrapalhar as obrigações mensais que o mesmo tem", complementa o questionamento.
Em outro trecho, os advogados da família chegam a questionar como ficaria a situação "no caso do clube embargado virar uma SAF"? O debate existe no Flamengo, mas não para já.
Sobre o irmão de Christian, Alessandro, que seria considerado tio pelo Flamengo, mas foi criado junto com a vítima, a defesa alega que o próprio clube pagou ajuda psicológica e explica a situação.
"A mãe do embargante ALESSANDRO, e da embargante ANDREIA, veio a óbito quando Alessandro tinha apenas 02 anos de idade, passando o mesmo a ser criado por sua irmã, a embargante ANDREIA, junto com a vítima, Christian. Inclusive, o embargante ALESSANDRO recebeu ajuda psicológica do clube embargado, o que comprova que o clube embargado reconhece o laço de irmandade socioafetiva do mesmo e, ainda, a sua legitimidade sequer foi impugnada pelo clube embargado".
A decisão do juiz André Aiex Baptista Martins, titular da 33ª Vara Cível do Rio, determinou o pagamento de quase R$ 3 milhões de indenização à família do ex-goleiro. Com os embargos movidos pelo Flamengo e agora pela defesa, o juiz pode abrir vista para as partes impugnarem ou apreciar de uma vez.
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