Compartilhar notícias jurídicas, jurisprudências e doutrinas e apresentar dicas sobre direitos dos cidadãos.
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Cuidadora de Zagallo pede R$ 190 mil por em audiência trabalhista
Uma cuidadora que foi à Justiça contra o espólio de Mario
Jorge Lobo Zagallo afirmou em audiência que quer R$ 190
mil da família do ex-técnico da seleção brasileira em eventual
acordo trabalhista.
A família de Zagallo, por sua vez, ofereceu apenas R$ 18 mil,
o que foi rejeitado. A audiência foi realizada na 42ª Vara do
Trabalho do Rio de Janeiro.
A enfermeira também apontou que não tinha condições adequadas para descanso
enquanto cuidava do ex-jogador da seleção, que morreu no início deste ano.
Segundo a mulher, ela era obrigada a dormir no mesmo quarto que ele, em um
colchão que ficava junto ao chão. A cuidadora disse que era constantemente
acordada para ajudar Zagallo a ir ao banheiro, atividade que ele não podia realizar
sozinho.
Ela usou essa alegação para dizer que estava à disposição 24 horas por dia, mesmo
enquanto deveria descansar. A dependência de Zagallo era tanta, segundo a
enfermeira, que ela não podia se ausentar sequer para realizar suas refeições.
Ela também acusou o filho de Zagallo, Mário César, de "utilizar um tom ríspido e
ofensivo", no que classificou como "um ambiente de trabalho hostil e humilhante",
com uma "conduta abusiva" que configurava assédio moral.
Inicialmente, a enfermeira pedia no processo R$ 328.115,27 da herança deixado por
Zagallo e do filho caçula, Mario Cesar, que coordenava diretamente suas funções
enquanto ela trabalhava com o ex-técnico.
A ação corre em segredo de Justiça no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de
Janeiro e foi aberta depois de Zagallo morrer, em janeiro deste ano, aos 93 anos de
idade.
A enfermeira diz que estava no hospital cuidando dele até o dia da morte. Ela
ingressou com a ação em abril, cobrando FGTS, multa, 13º, férias proporcionais e
vencidas, diferenças salariais, verbas rescisórias, horas extras e indenização por
assédio moral.
Segundo a cuidadora, durante a pandemia, a funcionária da limpeza deixou de ir ao
apartamento e então, ela passou a ter que realizar serviços além do seu escopo,
como limpeza do banheiro, passar roupas e preparo das refeições de Zagallo.
Em sua defesa, à Justiça, o espólio de Zagallo disse à Justiça que a enfermeira
dispunha de acomodação privativa e não passava das 24 horas de trabalho, tendo pausas
alimentares. Apontou que ela traballhava em um plantão por semana, no máximo,
que poderia durar 12 ou 24 horas, sendo substituída por outra cuidadora.
Também afirmou que a alegação de assédio moral é inverídica, uma vez que as
partes "jamais teriam violado qualquer direito relativo à personalidade da autora da
ação". Acrescentou que as provas - mensagens, fotos e áudios de Whatsapp - estão
"fora de contexto", e que a relação de emprego é inexistente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário